ASME: conheça sua história e as principais normas

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Caldeiras e vasos de pressão são equipamentos fundamentais em muitos processos industriais. Porém, a construção destes equipamentos deve ser a mais correta possível, pois quando mal projetados ou mal operados eles podem ocasionar graves acidentes. Para impedir isso, é preciso seguir as normas ASME.

No Brasil e em todo o mundo, as empresas costumam trabalhar com a norma ASME tanto para a projeção quanto para a operação de suas caldeiras e vasos de pressão, permitindo assim maior segurança no uso de tais equipamentos.

Mas você sabe o que são as normas ASME? Como elas surgiram e quais são as normas mais comuns? Tenha essas informações no nosso conteúdo de hoje!

Mas afinal, o que é a ASME?

ASME, do inglês American Society of Mechanical Engineers, é uma associação sem fins lucrativos de profissionais da engenharia que gerou um projeto de código, construção, inspeção e testes de equipamentos, incluindo caldeiras e vasos de pressão.

Essa associação foi fundada em 1880 nos EUA por um pequeno número de líderes industriais. Atualmente possui cerca de 120.000 membros distribuídos em 140 países, incluindo o Brasil.

A ASME certifica empresas ligadas à indústria de equipamentos pressurizados desde 1916, atestando que os produtos, serviços e sistemas de qualidade das empresas certificadas atendem aos requisitos do ASME Boiler and Pressure Vessel Code.

Pequeno histórico da criação da ASME

Como já citado, a ASME foi criada no ano de 1880 nos EUA. Nesta época houve um expressivo aumento da mecanização e da industrialização em todo o mundo. Juntamente com a expansão das indústrias, aconteceram inúmeros incidentes e explosões de caldeiras e vasos de pressão causando a morte e ferimento de milhões de pessoas.

Um dos episódios mais marcantes dessa época aconteceu na fábrica de sapatos Grover em Brockton, Massachusetts, no dia 10 de marco de 1905. Uma caldeira antiga, que era usada como reserva durante a manutenção do modelo mais recente, explodiu, sendo lançada através de três pisos e o telhado do edifício.

As brasas lançadas a partir da explosão dessa caldeira caíram sobre toda a cidade iniciando incêndios que foram alimentados pelas linhas de gás rompidas. Resultado: 58 mortos e 117 feridos.

Após a tragédia Massachusetts, percebeu-se a necessidade de estudos, controle e regulamentação para fabricação de equipamentos pressurizados, dando o ponta pé inicial para a criação de um Conselho de Normas de caldeiras e uma lei para o estado, publicada em 1908.

No ano de 1911 foi formado um comitê do Código Caldeira que levou ao Boiler & Pressure Vessel Code (BPVC) a ser publicado em 1915. O BPVC mais tarde foi incorporado em leis na maioria dos estados e territórios dos EUA e províncias do Canadá.

Atualmente, o Brasil adota como padrão o código ASME, que é exigido em normas brasileiras como as normas da Petrobras e da própria NR-13, que tem como objetivo condicionar inspeção de segurança e operação de vasos de pressão e caldeiras.

Principais Normas ASME para a indústria de vasos de pressão e caldeiras

O quadro técnico da ASME é atualmente subdividido em 37 ramos específicos, dentre os quais pode-se citar: indústria aeroespacial, ciência dos materiais, nanotecnologia, energia nuclear, transporte ferroviário, mecânica dos fluidos, vasos de pressão, gasodutos, etc.

Um desses ramos engloba a construção de caldeiras e vasos de pressão, com o código ASME sendo dividido nas seguintes seções:

  • Seção I – Código para Construção de Caldeiras;
  • Seção II – Especificação de Materiais;
  • Seção III – Regras para construção de Componentes Nucleares;
  • Seção IV – Regras para construção de Caldeiras; heating boiler (caldeira de calefação);
  • Seção V – Ensaios Não-Destrutivos;
  • Seção VI – Regras recomendadas para manutenção e operação de caldeiras;
  • Seção VII – Regras recomendadas para manutenção e operação de caldeiras;
  • Seção VIII – Regras para construção de vasos de pressão;
  • Seção IX – Qualificações de Soldagem e Brasagem;
  • Seção X – Código de Vasos de Pressão e Caldeiras – Fibras – Vasos de Pressão com Reforçamentos Plásticos;
  • Seção XI – Regras para Inspeção de Plantas e Componentes Nucleares;
  • Seção XII – Regras para construção de Tranques Transportáveis.

Para a construção de vasos de pressão a ASME VIII é, sem dúvidas, a mais importante. Esta norma apresenta três divisões:

  • ASME Seção VIII, Divisão 1 – Regras para construção de vasos de pressão
  • ASME Seção VIII, Divisão 2 – Regras para construção de vasos de pressão – Regras alternativas
  • ASME Seção VIII, Divisão 3 – Regras para construção de vasos de pressão – Regras alternativas para vasos de alta pressão

Por fim, vale citar que ao contrário do que acontece com quase todos os equipamentos industriais, os vasos de pressão não são itens de linha de fabricação, ou seja, são projetados, fabricados e inspecionados por encomenda.

Como consequência, o projeto é quase sempre feito individualmente para cada equipamento. Por isso, seguir as normas ASME é ação fundamental para garantir a segurança de construção desses equipamentos.

1 thoughts on “ASME: conheça sua história e as principais normas

  1. Licitacom says:

    Excelente matéria. É possível a aplicação de ASME BPVC e ASME BPE num único equipamento (tanque de biorreator)?

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